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Educação em Alerta: Apenas 5% dos Alunos da Rede Pública Aprendem Matemática Adequadamente no 3º Ano do Ensino Médio

Relatório revela grave defasagem na aprendizagem em matemática entre alunos da rede pública. Confira os dados, entenda as causas e veja um checklist com ações para melhorar o desempenho estudantil.

Situação da Aprendizagem em Matemática e Língua Portuguesa

Um relatório do Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), divulgado no Dia Mundial da Educação, expôs um cenário preocupante: somente 5,2% dos estudantes da rede pública no 3º ano do ensino médio atingiram um nível adequado de aprendizagem em matemática em 2023. Na rede privada, o índice foi de 30,5%.

Esses dados são baseados no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2023 e foram também abordados pelo estudo “Aprendizagem na Educação Básica: situação brasileira no pós-pandemia”, do movimento Todos Pela Educação.

A comparação com anos anteriores mostra um retrocesso significativo. Mesmo com uma leve recuperação em relação a 2021 (5%), os índices atuais ainda estão abaixo dos 6,9% registrados antes da pandemia, em 2019, e próximos aos de 2011.

Resultados em Língua Portuguesa

O desempenho em língua portuguesa apresentou números ligeiramente melhores. Cerca de 32,4% dos alunos da rede pública no 3º ano do ensino médio tiveram aprendizagem considerada adequada. Ainda assim, o número é inferior ao de 2019 (33,5%), o que indica que a recuperação pós-pandemia ainda não é completa.

Análise por Etapas de Ensino

  • 5º ano do Ensino Fundamental (rede pública):
    • Matemática: 43,5% dos alunos com desempenho adequado
    • Língua Portuguesa: 55,1%
  • 9º ano do Ensino Fundamental (rede pública):
    • Matemática: 16,5%
    • Língua Portuguesa: 35,9% (recuperando os níveis da pré-pandemia)

Esses dados indicam que quanto mais avançada a etapa de ensino, menor o desempenho dos alunos, o que reforça a necessidade de políticas de intervenção desde os anos iniciais.

Desigualdades Educacionais: Raça e Renda

O relatório do Iede também mostra um agravamento das desigualdades raciais e socioeconômicas:

  • Língua Portuguesa (9º ano):
    • Diferença entre estudantes brancos/amarelos e pretos/pardos/indígenas subiu de 9,6 p.p. (2013) para 14,1 p.p. (2023)
  • Matemática (9º ano):
    • A diferença aumentou de 6,2 p.p. para 8,6 p.p.
  • Ensino Médio (Português):
    • A distância entre grupos raciais subiu de 11 para 14 p.p.
  • Comparação por renda (5º ano):
    • Português: 61% dos mais ricos vs. 45% dos mais pobres
    • Matemática: 52% dos mais ricos vs. 32% dos mais pobres

Além disso, mesmo entre alunos com perfil socioeconômico semelhante, os estudantes brancos apresentam desempenho superior.

Diferenças Entre as Redes Pública e Privada

As disparidades entre as redes também são expressivas:

  • 5º ano (Matemática):
    • Rede privada: 72,6% com desempenho adequado
    • Rede pública: 43,5%
  • 5º ano (Português):
    • Diferença de 27,4 pontos percentuais entre as redes
  • Ensino Médio:
    • 8% dos estudantes brancos atingem nível adequado em matemática, contra apenas 3% dos estudantes pretos.

Segundo Gabriel Corrêa, diretor de Políticas Públicas do Todos Pela Educação, é inadmissível que em uma década não tenhamos conseguido reduzir essas diferenças. Ele destaca a urgência de políticas públicas eficazes para garantir equidade na educação.


Checklist: Ações Para Melhorar o Desempenho dos Alunos

Acompanhar os dados educacionais da escola regularmente
Implementar reforço escolar focado em matemática e português
Oferecer formação continuada para professores
Investir em materiais didáticos atualizados e contextualizados
Fortalecer o vínculo entre escola e família
Identificar e apoiar alunos em risco de evasão ou baixo desempenho
Utilizar avaliações diagnósticas frequentes para guiar o ensino
Adotar estratégias específicas para combater desigualdades raciais e sociais
Ampliar o tempo de aprendizagem com atividades extracurriculares
Integrar tecnologia educacional com foco pedagógico claro

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